sábado, 25 de agosto de 2007

Quando me for

Quando me for,
Deixem-me quieto.
Aproveitem, pois,
Enquanto desfrutamos nossas companhias.
Nesse momento,
Deixarei a garoa beijar minhas penas.
Quando me for,
Levarei comigo as ruas do Menino Deus,
O sorriso dos meus filhos,
O lirismo de minha poesia
E a lembrança de alguns poucos amigos.
Caminharei por entre a gente
Que não me vê,
Que não me sabe.
Quando me for,
Deixem-me quieto.
Tocará um telefone, inutilmente.
Ah!, Sobretudo,
Não coloquem flores!
Ventará na paisagem
E atravessarei a cidade, só.
Nalguma esquina esquecida
Um sonho perdido me saudará:
E alguma musa fará uma reverência
Aquecendo, assim, estes meus dias tão frios.

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