sábado, 5 de maio de 2007

Sábado

by P@ulo Monti

Em certos sábados cinzentos
Pego-me a pensar em ti.
Que fazes?
És comum na faina diária de casa?
E, será que, entre passares da sala à cozinha,
Lembras de mim?
Surpreende-te a pensar o que faço?
Por que não te chamo?
Ou, por que não surjo, repentinamente, com uma flor a ofertar-te?
Sábado cinzento.
Não fala-se nada!
Procura inútil dos amores perdidos.
A madrugada ainda ecoa o silêncio
Com que presenteias-me
Sempre que não pensas em mim!
E se o fazes
Por que não dizes?
Ah! sábado cinzento ...
No canto do olho
Apenas uma lágrima suspensa.
E o dia segue, inexorável,
A buscar as borboletas
Que saem dos olhos da musa:
São punhais fincados no coração do poeta.
Sábado cinzento.
Hiato entre ir e ficar,
Tudo ou nada,
A preencher o espaço vazio de tua boca:Amantes em desalinho.

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