sábado, 24 de março de 2007

Passagens

P@ulo Monti

Atravesso pontes internas
Como quem naufraga
Num verso trôpego!
Quando eu morrer,
Não coloquem flores, por favor!
Quero-as, agora,
Brancos cravos em profusão.
Atravesso os dias,
Como quem dedilha um solo de violão,
Longe,
Tangendo restos de solidão!
Atravesso linhas da tua mão
Ciganamente, feito um poeta louco,
Embriagado de nuvens
E de teu olhar!
As pontes naufragaram.
A morte um dia acontecerá.
Tua mão,
Não sei.
Teu olhar,
Cadê?

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